sexta-feira, 16 de maio de 2014

SÃO LUÍS ORIONE, FILHO DE DOM BOSCO E PAI DE MUITOS SANTOS!





Luís Orione nasceu em Pontecurone, um pequeno município na Diocese de Tortona, no Norte da Itália, no dia 23 de junho de 1872. Tinha, desde criança, o sonho de ser sacerdote, desejo que permaneceu em sua mente mesmo em meio à pobreza e ao duro trabalho que exercia auxiliando seu pai como calçador de ruas. Enquanto acolitava como coroinha, sempre rezava a Deus dizendo: "quero ser padre, Jesus, e libertar os sofredores pelo vosso amor!"
Aos treze anos foi recebido como aspirante num Convento Franciscano em Voghera, uma cidade próxima na Região de Pavia; saiu um ano depois devido problemas de saúde, mas não desistiu, e sempre dizia: "Senhor, indicai-me um caminho para ser sacerdote. Eu quero amar em Vós os necessitados."
Seu pedido foi atendido, assim, em 1886, no mês de setembro, ele vai a Valdocco, estudar com os Salesianos. Lá conhece Dom Bosco, já em avançada idade, mas sempre laborioso e amável, e passa a ter pelo santo sacerdote grande admiração. Em pouco tempo, Orione e Dom Bosco tornam-se grandes amigos.
Um dia ao confessar-se com Dom Bosco, Orione ouve do santo, além da absolvição, uma frase que traria a maior felicidade a qualquer jovem do Oratório: “Você está perdoado. Trabalhe para Deus em seus preferidos e terá sempre o perdão de Deus. E lembre-se: seremos sempre amigos!”
Em 31 de janeiro de 1888, dois anos mais tarde, Dom Bosco faleceu. Toda a cidade de Turim e pessoas de muitos outros lugares vieram vê-lo. A multidão que queria se aproximar do corpo do santo era tão grande que já estava impossível atender a tantos pedidos dos fieis. Um grupo de jovens do Oratório - e entre eles, o jovem Luís Orione - foi escolhido para ajudar a organizar as pessoas.
No meio do grande e árdua tarefa de organizar todas aquelas pessoas, Orione, que estava com 16 anos, optou pela solução que lhe pareceu ser a mais simples e prática. Correu à despensa para cortar pedaços de pão, tocá-los no Santo e dar aos fiéis como relíquia. Na pressa em cortar os pães, ele acaba, acidentalmente, cortando o seu dedo indicador, deixando-o preso apenas por uma fina camada de pele. A dor foi grande, mas o que mais o preocupava era o fato de que, naquela época, um acidente como aquele trazia impedimento para a ordenação sacerdotal. Viu então que o caso pedia a intervenção de seu grande amigo Dom Bosco. Correu, segurando o dedo pendente e, cheio de fé, o encostou no corpo do Santo. No mesmo instante, o dedo ficou perfeitamente cicatrizado. Ainda hoje, pode-se ver no corpo de São Luís Orione a marca do corte rodeando por inteiro o indicador direito.
Passou por muitas tribulações durante o tempo de formação para o sacerdócio, mas nunca duvidou que um dia chegaria a ser padre. Ele não baseava esta certeza apenas na sua força de vontade, mas também em um sonho que teve no qual o próprio Dom Bosco o entregava uma batina. De Dom Bosco, Dom Orione certamente herdou o amor pelos jovens, a audácia caritativa e o desejo de servir a Igreja trabalhando pelos mais pobres.
No dia 16 de outubro de 1889 entrou no Seminário Diocesano de Tortona. Sempre muito trabalhador e ligado às pastorais, se dedicava a obras de solidariedade para com os necessitados, participando da “Sociedade de Socorro Mútuo São Marciano” e das Conferências Vicentinas. No dia três de julho de 1892 abriu seu primeiro Oratório, um centro de educação cristã e de recreação para os meninos pobres. No ano seguinte, no dia 15 de Outubro de 1893, Orione um seminarista de 21 anos, fundou no Bairro de São Bernardino um Colégio, com escola em regime de internato, para rapazes de famílias pobres.
Luís Orione foi ordenado sacerdote no 13 de abril de 1895. No mesmo dia, o bispo deu a batina a seis alunos do seu Colégio que tinham vocação sacerdotal. Numa seqüência rápida, o Pe. Luís Orione abriu novas fundações em Mornico Losana na Região de Pavia, em Noto na Sicília, em Sanremo e em Roma.
Ligados a Dom Orione se uniram Seminaristas e Padres que formaram o primeiro núcleo de uma nova Família Religiosa a “Pequena Obra da Divina Providência”. Em 1899 Dom Orione deu início a mais um Ramo da nova Congregação: os “Eremitas da Divina Providência”. Fundou também os “Filhos da Divina Providência”, Congregação Religiosa de Padres, Irmãos e Eremitas da Família da Pequena Obra da Divina Providência. A Congregação e toda a Família Religiosa se propunha “trabalhar para levar os pequenos os pobres e o povo à Igreja e ao Papa, mediante obras de caridade”, desejando consagrar-se não só com os votos de Pobreza, Castidade e Obediência, mas também com um quarto voto “de especial fidelidade ao Papa”. Já nas Primeiras Constituições de 1904 constava também o propósito de “trabalhar pela união das Igrejas Separadas”. Mas estas foram apenas algumas fundações; elas não pararam por aqui, ele foi responsável por várias outras fundações, também para leigos.
Tomou para si e para suas obras religiosas, após a Primeira Grande Guerra, a administração e o propósito pastoral e filantrópico das obras chamadas “Pequenos Cotolengos”, instituições fundadas por São José Benedito Cottolengo destinadas aos mais sofredores e abandonados, localizadas nas periferias das grandes cidades, para serem “novos púlpitos” a anunciarem Jesus Cristo e sua Igreja e para serem “faróis de fé e de civilização”. Tais obras acolhiam e tratavam principalmente os feridos pela guerra, os deficientes e os órfãos. Hoje os Cotolengos em todo o mundo atendem os doentes, principalmente crianças com deficiência.
O zelo missionário de Dom Orione cedo se manifestou com o envio de Missionários ao Brasil em 1913 e, em seguida à Argentina e ao Uruguai (1921), à Palestina (1921), à Polônia (1923), a Rodes (1925), aos Estados Unidos (1934), à Inglaterra (1935) e à Albânia (1936). Dom Orione esteve pessoalmente como missionário, duas vezes, na América Latina: em 1921 e nos anos de 1934 a 1937, no Brasil, na Argentina e no Uruguai, tendo chegado até ao Chile.
Em 1940, Dom Orione atacado por graves doenças de coração e das vias respiratórias e foi forçado a se retirar para Sanremo; foi para lá protestando: “não é entre as palmeiras que eu quero viver e morrer, mas no meio dos pobres que são Jesus Cristo”. E ali, três dias depois de ter chegado, morreu no dia 12 de Março, sussurrando suas últimas palavras: “Jesus! Jesus! Estou indo”.

Eis aí um grande testemunho de Santidade Salesiana. O próprio S. Orione não se cansava de dizer que "tudo o que ele sabia, aprendera de Dom Bosco". Dizia ele também que o santo dos jovens foi “o verdadeiro pai de minha alma”. Um grande homem amigo dos pobres, amante e servo de Jesus Cristo, filho espiritual de Dom Bosco, pai amado dos Orionitas... SÃO LUÍS ORIONE, ROGAI POR NÓS! 





Raimundo Luan Hadney,

salesiano da Inspetoria do Nordeste do Brasil,
vive hoje em Recife como pós-noviço.

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