Luís
Orione nasceu em Pontecurone, um pequeno município na Diocese de Tortona, no
Norte da Itália, no dia 23 de junho de 1872. Tinha, desde
criança, o sonho de ser sacerdote, desejo que permaneceu em sua mente mesmo em
meio à pobreza e ao duro trabalho que exercia auxiliando seu pai como calçador
de ruas. Enquanto acolitava como coroinha, sempre rezava a Deus dizendo: "quero
ser padre, Jesus, e libertar os sofredores pelo vosso amor!"
Aos treze anos foi
recebido como aspirante num Convento Franciscano em Voghera, uma cidade próxima
na Região de Pavia; saiu um ano depois devido problemas de saúde, mas não
desistiu, e sempre dizia: "Senhor, indicai-me um caminho para ser sacerdote.
Eu quero amar em Vós os necessitados."
Seu pedido foi
atendido, assim, em 1886, no mês de setembro, ele vai a Valdocco, estudar com os
Salesianos. Lá conhece Dom Bosco, já em avançada idade, mas sempre laborioso e
amável, e passa a ter pelo santo sacerdote grande admiração. Em pouco tempo,
Orione e Dom Bosco tornam-se grandes amigos.
Um dia ao
confessar-se com Dom Bosco, Orione ouve do santo, além da absolvição, uma frase
que traria a maior felicidade a qualquer jovem do Oratório: “Você está
perdoado. Trabalhe para Deus em seus preferidos e terá sempre o perdão de Deus.
E lembre-se: seremos sempre amigos!”
Em 31 de janeiro de
1888, dois anos mais tarde, Dom Bosco faleceu. Toda a cidade de Turim e pessoas
de muitos outros lugares vieram vê-lo. A multidão que queria se aproximar do
corpo do santo era tão grande que já estava impossível atender a tantos pedidos
dos fieis. Um grupo de jovens do Oratório - e entre eles, o jovem Luís Orione -
foi escolhido para ajudar a organizar as pessoas.
No meio do grande e
árdua tarefa de organizar todas aquelas pessoas, Orione, que estava com 16
anos, optou pela solução que lhe pareceu ser a mais simples e prática. Correu à
despensa para cortar pedaços de pão, tocá-los no Santo e dar aos fiéis como
relíquia. Na pressa em cortar os pães, ele acaba, acidentalmente, cortando o
seu dedo indicador, deixando-o preso apenas por uma fina camada de pele. A dor
foi grande, mas o que mais o preocupava era o fato de que, naquela época, um
acidente como aquele trazia impedimento para a ordenação sacerdotal. Viu então
que o caso pedia a intervenção de seu grande amigo Dom Bosco. Correu, segurando
o dedo pendente e, cheio de fé, o encostou no corpo do Santo. No mesmo
instante, o dedo ficou perfeitamente cicatrizado. Ainda hoje, pode-se ver no
corpo de São Luís Orione a marca do corte rodeando por inteiro o indicador
direito.
Passou por muitas
tribulações durante o tempo de formação para o sacerdócio, mas nunca duvidou
que um dia chegaria a ser padre. Ele não baseava esta certeza apenas na sua
força de vontade, mas também em um sonho que teve no qual o próprio Dom Bosco o
entregava uma batina. De Dom Bosco, Dom Orione certamente herdou o amor pelos
jovens, a audácia caritativa e o desejo de servir a Igreja trabalhando pelos mais
pobres.
No dia 16 de
outubro de 1889 entrou no Seminário Diocesano de Tortona. Sempre muito
trabalhador e ligado às pastorais, se dedicava a obras de solidariedade para
com os necessitados, participando da “Sociedade de Socorro Mútuo São Marciano”
e das Conferências Vicentinas. No dia três de julho de 1892 abriu seu primeiro
Oratório, um centro de educação cristã e de recreação para os meninos pobres.
No ano seguinte, no dia 15 de Outubro de 1893, Orione um seminarista de 21
anos, fundou no Bairro de São Bernardino um Colégio, com escola em regime de
internato, para rapazes de famílias pobres.
Luís Orione foi
ordenado sacerdote no 13 de abril de 1895. No mesmo dia, o bispo deu a batina a
seis alunos do seu Colégio que tinham vocação sacerdotal. Numa seqüência
rápida, o Pe. Luís Orione abriu novas fundações em Mornico Losana na Região de
Pavia, em Noto na Sicília, em Sanremo e em Roma.
Ligados a Dom
Orione se uniram Seminaristas e Padres que formaram o primeiro núcleo de uma
nova Família Religiosa a “Pequena Obra da Divina Providência”. Em 1899 Dom
Orione deu início a mais um Ramo da nova Congregação: os “Eremitas da Divina
Providência”. Fundou também os “Filhos da Divina Providência”, Congregação
Religiosa de Padres, Irmãos e Eremitas da Família da Pequena Obra da Divina
Providência. A Congregação e toda a Família Religiosa se propunha “trabalhar
para levar os pequenos os pobres e o povo à Igreja e ao Papa, mediante obras de
caridade”, desejando consagrar-se não só com os votos de Pobreza, Castidade e
Obediência, mas também com um quarto voto “de especial fidelidade ao Papa”. Já
nas Primeiras Constituições de 1904 constava também o propósito de “trabalhar
pela união das Igrejas Separadas”. Mas estas foram apenas algumas fundações; elas
não pararam por aqui, ele foi responsável por várias outras fundações, também
para leigos.
Tomou para si e
para suas obras religiosas, após a Primeira Grande Guerra, a administração e o
propósito pastoral e filantrópico das obras chamadas “Pequenos Cotolengos”,
instituições fundadas por São José Benedito Cottolengo destinadas aos mais
sofredores e abandonados, localizadas nas periferias das grandes cidades, para
serem “novos púlpitos” a anunciarem Jesus Cristo e sua Igreja e para serem
“faróis de fé e de civilização”. Tais obras acolhiam e tratavam principalmente
os feridos pela guerra, os deficientes e os órfãos. Hoje os Cotolengos em todo
o mundo atendem os doentes, principalmente crianças com deficiência.
O zelo missionário
de Dom Orione cedo se manifestou com o envio de Missionários ao Brasil em 1913
e, em seguida à Argentina e ao Uruguai (1921), à Palestina (1921), à Polônia
(1923), a Rodes (1925), aos Estados Unidos (1934), à Inglaterra (1935) e à
Albânia (1936). Dom Orione esteve pessoalmente como missionário, duas vezes, na
América Latina: em 1921 e nos anos de 1934 a 1937, no Brasil, na Argentina e no
Uruguai, tendo chegado até ao Chile.
Em 1940, Dom Orione
atacado por graves doenças de coração e das vias respiratórias e foi forçado a
se retirar para Sanremo; foi para lá protestando: “não é entre as palmeiras que
eu quero viver e morrer, mas no meio dos pobres que são Jesus Cristo”. E ali,
três dias depois de ter chegado, morreu no dia 12 de Março, sussurrando suas últimas
palavras: “Jesus! Jesus! Estou indo”.
Eis aí um grande
testemunho de Santidade Salesiana. O próprio S. Orione não se cansava de dizer
que "tudo o que ele sabia, aprendera de Dom Bosco". Dizia ele também
que o santo dos jovens foi “o verdadeiro pai de minha alma”. Um grande homem amigo
dos pobres, amante e servo de Jesus Cristo, filho espiritual de Dom Bosco, pai
amado dos Orionitas... SÃO LUÍS ORIONE, ROGAI POR NÓS!
salesiano da Inspetoria do Nordeste do Brasil,
vive hoje em Recife como pós-noviço.
MUITO BOM, PARABÉNS E OBRIGADO!
ResponderExcluirPE. José Maria, orionita