quinta-feira, 29 de maio de 2014

Nº 17.350: o mártir enamorado por Dom Bosco


            Oratoriano conscientemente empenhado no próprio crescimento humano e cristão estava envolvido na animação dos colegas e ligado por interesses e projetos pessoais e sociais. Aprisionado, foi exemplo de cristão no cárcere, e sofreu o martírio.
            José Kowalski nasceu em Rzeszów, Polônia, no dia 13 de março de 1911, sétimo de nove filhos. Seus pais, católicos praticantes, eram agricultores, proprietários de um modesto sítio. Depois da escola primária, inscreveram-no no Colégio Salesiano de Oswiecim (Auschwitz). José distinguiu-se logo pelo empenho no estudo e no serviço, e pela alegria sincera. Inscreveu-se na Companhia da Imaculada e na Associação Missionária, tornando-se depois seu presidente.
            Enamorou-se literalmente do carisma salesiano e do seu Fundador, do qual procurar seguir o exemplo em tudo: empenho na animação alegre das festas religiosas e civis, presença apostólica junto aos colegas e, em particular, o primado da vida espiritual.
            Desde jovem estudante deu início à redação de um diário, que nos transmite a devoção a Maria Auxiliadora e à Eucaristia:
"Ó minha Mãe eu devo ser santo porque é esse o meu destino. Ó Jesus, ofereço-te o meu pobre coração [...] Faz com que eu jamais me afaste de Ti e que permaneça fiel até à morte: antes morrer do que te ofender, nem mesmo com um pequeno pecado. Devo ser um salesiano santo, como o foi o meu pai Dom Bosco".
            Fez a profissão temporária em 1928 em Czerwinsk e recebeu a ordenação sacerdotal em Cracóvia no dia 29 de maio de 1938. Foi nomeado secretário inspetorial. Cuidava na paróquia de um coro juvenil e se ocupava dos jovens mais difíceis. A Polônia foi ocupada, mas os salesianos continuaram o trabalho educativo. Essa foi a razão principal da dramática prisão em 23 de maio de 1941: a Gestapo capturou o P. Kowalski com outros onze salesianos, que trabalhavam em Cracóvia.
            Foi internado primeiramente na prisão de Montelupich na mesma cidade; de ali, no dia 26 de junho, foi transferido ao campo de concentração de Auschwitz, recebendo o número 17.350. No lager dedicou-se secretamente ao apostolado: confessava, celebrava missas, recitava o rosário, fazia conferências escondidas, também sobre Dom Bosco, reforçando nos companheiros de prisão a vontade de lutar pela sobrevivência. Sofreu violências e humilhações. Descoberto com o rosário recusou-se a pisar sobre ele, acelerando assim o martírio, que se deu em Auschwitz no dia 4 de julho de 1942. O seu corpo foi lançado no depósito de excrementos, e depois queimado no crematório do campo. Seus conterrâneos começaram a venerar a sua memória, crendo que o seu sacrifício tinha fecundado as vocações polonesas.
            Também o Papa João Paulo II era do mesmo parecer, e interessou-se pessoalmente na causa de diversos mártires poloneses. Enfim, os beatificou em Varsóvia no dia 13 de junho de 1999. O santo papa o conheceu pessoalmente e disse por ocasião de sua beatificação com outros 107 mártires poloneses: “Se hoje nos alegramos pela beatificação de 108 mártires, clérigos e leigos, fazemo-lo antes de tudo porque são eles o testemunho da vitória de Cristo, o dom que constitui a esperança...”.





Rodrigo Menezes, 
Salesiano da Inspetoria do Nordeste do Brasil,
hoje reside em Recife como pós-noviço; 
é também um dos colaboradores diretos do "Santidade Salesiana".

sábado, 24 de maio de 2014

Auxiliadora nossa!



Queridos irmãos e irmãs, paz!

Mais uma vez estamos neste belo mês de maio. Sim! Belo, pois em Maria, vemos com clareza a beleza de Deus! E é esta a ‘beleza” que nos salva!

Convido-os a olhar para Maria. Sim! Dom Bosco sempre a teve diante dos seus olhos, a chamou carinhosamente de Auxiliadora. Eis um traço da espiritualidade salesiana: a devoção mariana!

Através de Maria e de seu coração de mãe, acolhamos Jesus rei da paz. A paz é um dom para se invocar e acolher na oração. Jesus, de modo especial, quer habitar em nossos corações e compartilhar de toda a nossa alegria e de toda a nossa dor. É preciso fazer um exame de consciência e ver se ele realmente está presente em nós com a sua paz e a sua alegria, se ele realmente conquistou o nosso coração, se redimiu a nossa liberdade, deixando-a a escolha e decisão fundamental de Deus. Frequentemente vivemos hoje em dia na escuridão ou na ambiguidade da vida. Através de Maria e com o seu auxílio, possamos nos abrir à luz e acolher a salvação que vem de Deus. Maria nos exorta a abrirmos o coração a Jesus e a doarmos a ele a nossa vida.

 Quem faz a experiência de Deus e de seu amor, torna-se portador e mensageiro da paz: "o que temos ouvido, o que temos visto com os nossos olhos, o que temos contemplado e as nossas mãos têm apalpado no tocante ao Verbo da vida _ porque a vida se manifestou, e nós a temos visto; damos testemunho e vos anunciamos a vida eterna, que estava no Pai e que se nos manifestou o que vimos e ouvimos nós vos anunciamos, para que também vós tenhais comunhão conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com o seu Filho Jesus Cristo. Escrevemos-vos estas coisas para que a vossa alegria seja completa." (IJo 1, 1-4).

Nosso rosto deve refletir a alegria de quem encontrou Jesus e vive para o seu reino de paz e de justiça. Maria nos acompanhe com a sua bênção materna. Ela é Mãe que cuida! Mãe que Auxilia! Mãe para todas as horas! Esta foi à experiência que Dom Bosco fez de Maria... Esta é a experiência que somos chamados a fazer desta Mãe querida!

Na espiritualidade cristã e salesiana, Maria é aquela que aponta Jesus Cristo! Ela não é o centro da nossa atenção. Atentos a Ela, nós nos dirigimos a Jesus: “Fazei tudo o que Ele vos disser!”. Esta é sem dúvidas a melhor homenagem que podemos prestar a Maria: fazer a vontade de Seu Filho! Assim viveu Dom Bosco, o santo que fez a vontade de Deus. O santo que viu em Maria Auxiliadora a sua Mãe aqui na terra e a contempla dia a dia no céu!

Deus abençoe a todos!

Em comunhão de preces,

P. Alexandre Luís de Oliveira – SDB,
hoje diretor da Presença Salesiana de Lorena, SP.




domingo, 18 de maio de 2014

Um santo à moda de Dom Bosco!

São Leonardo Murialdo

Nasceu em Turim no dia 26 de outubro de 1828. Ali viveu praticamente toda sua vida e ai morreu em 1900. Em 18 de Maio de 2004 foi canonizado por São João Paulo II.

Reflito com vocês como Deus é bondoso para com a humanidade e não cessa de suscitar pessoas que são verdadeiras testemunhas de amor e caridade aos mais pobres e necessitados, ou seja, os preferidos seus. Assim como nosso santo pai Dom Bosco, Leonardo foi um homem que passou por grandes provações para conseguir levar suas metas e obras adiante, mas nunca como ele nunca duvidou da experiência da Divina Providência.

Da mesma região de nosso fundador, Murialdo também perde o pai na infância e sua mãe Dona Tereza, uma senhora muito piedosa o encaminha para uma escola católica a fim de formá-lo no caminho do bem e que o mesmo construísse uma vida digna com seus esforços. Diferente de Dom Bosco, o jovem Murialdo teve o apoio de toda a família.

O jovem é um exemplo de sabedoria, se destaca nos cumprimentos aos deveres e entre os jovens é um grande líder. Possui uma sensibilidade caritativa fantástica que o torna admirado por muitos.

Ainda jovem toma a decisão de ser sacerdote e como um bom filho procura sua mãe, a fim de comunicá-la e pedir-lhe conselhos. Sua mãe fica muito feliz e o deixa seguir esta tua vontade com muita alegria. Depois de vestir sua batina Murialdo cada vez mais procura ajudar os pobres, principalmente os jovens e crianças. Como Dom Bosco, cria um oratório e acolhe nele muitos jovens daquela redondeza, chamando assim atenção de todos que moravam ali e principalmente dos pequenos marginalizados.

Dom Bosco ao encontrá-lo fica muito feliz e percebe em Murialdo a grande capacidade de atrair a juventude. Não pensou duas vezes nosso pai, que como sempre já prevê o grande trabalho que o jovem clérigo pode realizar. Em um próximo encontro, ao conversar com ele logo o confia o oratório de São Luis, que com pouco tempo produz belíssimos frutos com os jovens acolhidos por ele. Porém, Murialdo não se conforma que os jovens o procure e logo toma a iniciativa de ir ao encontro deles, os convidando a participarem do oratório de Dom Bosco. Como nosso pai e mestre, ele incita os jovens no amor pela música, teatro, esporte, arte, e em tudo que os fizesse sentir-se bem e os transformar-se em bons cristãos e honestos cidadãos preparados para a vida. Percebemos neste santo que em quase tudo na sua vida, há uma “pitada” do carisma salesiano e da vida de Dom Bosco.

Dom Bosco acredita no potencial de Leonardo, entretanto mesmo sabendo que poderia tornar-se um exímio salesiano, deixa-o livre na suas escolhas, aconselhando-o a se colocar nas mãos de Deus que o indicaria o caminho que devia seguir. Percebe-se aqui em nosso fundador um homem que procura discernir a vontade de Deus.

O santo depois de receber o conselho de Dom Bosco, partiu para Paris a fim de se especializar em Teologia e ali descobre muito mais dons recebidos do bom Deus e começa a formular em seu coração o desejo de criar algo que pudesse externar todo seu amor pelos pequenos. Ao regressar a Turim, vibrando pelas atividades do oratório, recebe o convite de assumir o cargo de superior do colégio de Artigeanelli. No inicio tem um pouco de resistência, por que na sua humildade se reconhece pequeno e incapaz de tal função, mas com a insistência do antigo superior que confiava muito nele, aceita este serviço. Ali passa por poucas e boas, todavia, mais uma vez age com uma atitude salesiana que é a confiança na Divina Providência que nunca deixou faltar nada aos seus filhos. Sentindo-se tocado pela ação do Espírito Santo e pelo enorme desejo de continuar seu projeto de caridade, convida outros padres, clérigos e jovens e funda uma nova congregação, chamando-os de Josefinos de Murialdo que possui como fonte inspiradora o trabalho simples de doação e corajoso de São José.

Muitos brincam que os Josefinos são primos ou parentes dos salesianos, porém tal afirmação não é vã, pois isso só afirma o quanto os mesmos estão ligados a família salesiana, e que o carisma destes nossos irmãos possui grandes traços de nosso pai Dom Bosco: o amor pelos jovens, especialmente os mais pobres e necessitados, ou seja, os preferidos do bom Deus.




Welligton Abreu,


salesiano pós-noviço da 
Inspetoria São Domingos Sávio – Manaus, AM.

sexta-feira, 16 de maio de 2014

SÃO LUÍS ORIONE, FILHO DE DOM BOSCO E PAI DE MUITOS SANTOS!





Luís Orione nasceu em Pontecurone, um pequeno município na Diocese de Tortona, no Norte da Itália, no dia 23 de junho de 1872. Tinha, desde criança, o sonho de ser sacerdote, desejo que permaneceu em sua mente mesmo em meio à pobreza e ao duro trabalho que exercia auxiliando seu pai como calçador de ruas. Enquanto acolitava como coroinha, sempre rezava a Deus dizendo: "quero ser padre, Jesus, e libertar os sofredores pelo vosso amor!"
Aos treze anos foi recebido como aspirante num Convento Franciscano em Voghera, uma cidade próxima na Região de Pavia; saiu um ano depois devido problemas de saúde, mas não desistiu, e sempre dizia: "Senhor, indicai-me um caminho para ser sacerdote. Eu quero amar em Vós os necessitados."
Seu pedido foi atendido, assim, em 1886, no mês de setembro, ele vai a Valdocco, estudar com os Salesianos. Lá conhece Dom Bosco, já em avançada idade, mas sempre laborioso e amável, e passa a ter pelo santo sacerdote grande admiração. Em pouco tempo, Orione e Dom Bosco tornam-se grandes amigos.
Um dia ao confessar-se com Dom Bosco, Orione ouve do santo, além da absolvição, uma frase que traria a maior felicidade a qualquer jovem do Oratório: “Você está perdoado. Trabalhe para Deus em seus preferidos e terá sempre o perdão de Deus. E lembre-se: seremos sempre amigos!”
Em 31 de janeiro de 1888, dois anos mais tarde, Dom Bosco faleceu. Toda a cidade de Turim e pessoas de muitos outros lugares vieram vê-lo. A multidão que queria se aproximar do corpo do santo era tão grande que já estava impossível atender a tantos pedidos dos fieis. Um grupo de jovens do Oratório - e entre eles, o jovem Luís Orione - foi escolhido para ajudar a organizar as pessoas.
No meio do grande e árdua tarefa de organizar todas aquelas pessoas, Orione, que estava com 16 anos, optou pela solução que lhe pareceu ser a mais simples e prática. Correu à despensa para cortar pedaços de pão, tocá-los no Santo e dar aos fiéis como relíquia. Na pressa em cortar os pães, ele acaba, acidentalmente, cortando o seu dedo indicador, deixando-o preso apenas por uma fina camada de pele. A dor foi grande, mas o que mais o preocupava era o fato de que, naquela época, um acidente como aquele trazia impedimento para a ordenação sacerdotal. Viu então que o caso pedia a intervenção de seu grande amigo Dom Bosco. Correu, segurando o dedo pendente e, cheio de fé, o encostou no corpo do Santo. No mesmo instante, o dedo ficou perfeitamente cicatrizado. Ainda hoje, pode-se ver no corpo de São Luís Orione a marca do corte rodeando por inteiro o indicador direito.
Passou por muitas tribulações durante o tempo de formação para o sacerdócio, mas nunca duvidou que um dia chegaria a ser padre. Ele não baseava esta certeza apenas na sua força de vontade, mas também em um sonho que teve no qual o próprio Dom Bosco o entregava uma batina. De Dom Bosco, Dom Orione certamente herdou o amor pelos jovens, a audácia caritativa e o desejo de servir a Igreja trabalhando pelos mais pobres.
No dia 16 de outubro de 1889 entrou no Seminário Diocesano de Tortona. Sempre muito trabalhador e ligado às pastorais, se dedicava a obras de solidariedade para com os necessitados, participando da “Sociedade de Socorro Mútuo São Marciano” e das Conferências Vicentinas. No dia três de julho de 1892 abriu seu primeiro Oratório, um centro de educação cristã e de recreação para os meninos pobres. No ano seguinte, no dia 15 de Outubro de 1893, Orione um seminarista de 21 anos, fundou no Bairro de São Bernardino um Colégio, com escola em regime de internato, para rapazes de famílias pobres.
Luís Orione foi ordenado sacerdote no 13 de abril de 1895. No mesmo dia, o bispo deu a batina a seis alunos do seu Colégio que tinham vocação sacerdotal. Numa seqüência rápida, o Pe. Luís Orione abriu novas fundações em Mornico Losana na Região de Pavia, em Noto na Sicília, em Sanremo e em Roma.
Ligados a Dom Orione se uniram Seminaristas e Padres que formaram o primeiro núcleo de uma nova Família Religiosa a “Pequena Obra da Divina Providência”. Em 1899 Dom Orione deu início a mais um Ramo da nova Congregação: os “Eremitas da Divina Providência”. Fundou também os “Filhos da Divina Providência”, Congregação Religiosa de Padres, Irmãos e Eremitas da Família da Pequena Obra da Divina Providência. A Congregação e toda a Família Religiosa se propunha “trabalhar para levar os pequenos os pobres e o povo à Igreja e ao Papa, mediante obras de caridade”, desejando consagrar-se não só com os votos de Pobreza, Castidade e Obediência, mas também com um quarto voto “de especial fidelidade ao Papa”. Já nas Primeiras Constituições de 1904 constava também o propósito de “trabalhar pela união das Igrejas Separadas”. Mas estas foram apenas algumas fundações; elas não pararam por aqui, ele foi responsável por várias outras fundações, também para leigos.
Tomou para si e para suas obras religiosas, após a Primeira Grande Guerra, a administração e o propósito pastoral e filantrópico das obras chamadas “Pequenos Cotolengos”, instituições fundadas por São José Benedito Cottolengo destinadas aos mais sofredores e abandonados, localizadas nas periferias das grandes cidades, para serem “novos púlpitos” a anunciarem Jesus Cristo e sua Igreja e para serem “faróis de fé e de civilização”. Tais obras acolhiam e tratavam principalmente os feridos pela guerra, os deficientes e os órfãos. Hoje os Cotolengos em todo o mundo atendem os doentes, principalmente crianças com deficiência.
O zelo missionário de Dom Orione cedo se manifestou com o envio de Missionários ao Brasil em 1913 e, em seguida à Argentina e ao Uruguai (1921), à Palestina (1921), à Polônia (1923), a Rodes (1925), aos Estados Unidos (1934), à Inglaterra (1935) e à Albânia (1936). Dom Orione esteve pessoalmente como missionário, duas vezes, na América Latina: em 1921 e nos anos de 1934 a 1937, no Brasil, na Argentina e no Uruguai, tendo chegado até ao Chile.
Em 1940, Dom Orione atacado por graves doenças de coração e das vias respiratórias e foi forçado a se retirar para Sanremo; foi para lá protestando: “não é entre as palmeiras que eu quero viver e morrer, mas no meio dos pobres que são Jesus Cristo”. E ali, três dias depois de ter chegado, morreu no dia 12 de Março, sussurrando suas últimas palavras: “Jesus! Jesus! Estou indo”.

Eis aí um grande testemunho de Santidade Salesiana. O próprio S. Orione não se cansava de dizer que "tudo o que ele sabia, aprendera de Dom Bosco". Dizia ele também que o santo dos jovens foi “o verdadeiro pai de minha alma”. Um grande homem amigo dos pobres, amante e servo de Jesus Cristo, filho espiritual de Dom Bosco, pai amado dos Orionitas... SÃO LUÍS ORIONE, ROGAI POR NÓS! 





Raimundo Luan Hadney,

salesiano da Inspetoria do Nordeste do Brasil,
vive hoje em Recife como pós-noviço.

terça-feira, 13 de maio de 2014

Um projeto ontem e hoje.


Madre Mazzarello e o Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora:
um projeto ontem e hoje


Maria Domingas Mazzarello primeira filha de José Mazzarello e Maria Madalena, nasceu no dia 9 de maio de 1837 em Mornese, um povoado do Piemonte, ao norte da Itália. Maria Mazzarello,mais conhecida por Maín, cresceu no campo, mas não pôde frequentar o colégio que era muito caro, todavia encontrava-se na catequese e aos seus 13 anos fez sua primeira Eucaristia. Maín era de uma família muito pobre, porém o que lhe era mais valoroso era a vida de oração, onde sempre foi uma referência de dedicação, força e nada a impedia de ir ao encontro de Jesus na Eucaristia. Ajudava sua mãe nos trabalhos domésticos e seu pai nos trabalhos árduos da vinha. No intervalo do seu trabalho, contemplava a natureza e dirigia seu olhar para Jesus.Todas as tardes, da janela do seu quarto tinha os olhos fitos na Igreja, onde rezava, assim antes da ceia toda a família se reunia para rezar com Maín. Além de ser uma referência de força e piedade, Maín era vaidosa, gostava muito de comprar vestidos novos e usar sapatos de verniz que estavam na moda, mas depois compreendeu que o importante não era o “ter”, mas o “ser”.

No ano de 1858, aos seus 21 anos, sua casa foi invadida por ladrões que roubaram todas as economias da família, assim seu pai decidiu que a família mudaria para Mornese. Em Mornese uma nova etapa da vida de Maria Mazzarello se inicia com a missão do apostolado, onde se integra ao grupo das Filhas da Imaculada.

Em 1860 na guerra, as epidemias se sucediam e aos 23 anos de idade Maria Mazzarello contrariu a doença do tifo, assim tomada pela fraqueza da doença não pôde trabalhar no campo, porém sentia que uma nova missão lhe esperava.

Maria Mazzarello teve uma visão, onde lhe aprecia muitas meninas numa grande casa e uma voz que dizia: “Eu confio a você”! Assim se realizou a missão de Maria Mazzarello, que juntamente com Petronila reunia as meninas ensinando-as a costurar, acolhendo-as com um lar e oratório festivo àquelas que não tinham família e um lugar para morar. Em 1864 aquele povoado se prepara para acolher Dom Bosco, um encontro que para Maria Mazzarello foi a resposta de Deus na sua missão apostólica, onde sem grandes dificuldades, catorze jovens, junto com Mazzarello prometeram entregar toda sua vida a serviço da educação das jovens, assim como Dom Bosco já fazia com os meninos. Dessa forma no dia 05 de agosto de 1872 Dom Bosco e Maria Mazzarello fundaram o Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora (FMA – Irmãs Salesianas) e assim várias casas foram se abrindo em todos os lugares do mundo onde as meninas e jovens tinham necessidades delas.

Maria Mazzarello foi uma mulher sábia, que na alegria e na simplicidade de sua vida soube ouvir a voz de Deus no cotidiano, colocando-se inteiramente no projeto que Deus lhe confiava, dedicando sua vida aos mais necessitados desde cedo e até o fim. Irmã Maria Domingas Mazzarello faleceu com 44 anos em Nizza Monferrato no dia 14 de maio de 1881, entregando toda sua vida e suas forças a Deus e aos jovens.

Mazzarello nos deixou um grande ensinamento e exemplo de vida, que consiste numa única palavra: Santidade. Sua santidade era a alegria de viver, de doar sua vida àqueles que mais necessitavam e de ter algo muito valoroso, que era Deus e sua família.

Atualmente o Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora é constituído por 81 inspetorias (áreas administrativas) espalhadas em cinco continentes. É desta forma que o Instituto continua realizando o projeto e a missão deixada por Dom Bosco e Madre Mazzarello em vários lugares, dentre estes na cidade de Lorena no estado de São Paulo, onde a presença e a missão salesiana é muito forte e muitos jovens sentem-se chamados a seguir Jesus num projeto maior. Foi neste projeto de Deus confiado a Maria Mazzarello no ano de 1872 que hoje faço parte.

No ano de 2009 tive a oportunidade de conhecer mais de perto o trabalho missionário no Oratório São Luís realizado pelos Salesianos de Dom Bosco na cidade de Lorena onde morava, assim senti-me chamada a buscar um novo projeto que até então não fazia parte dos meus planos, porém nessa busca percebi que o que dava sentido a minha vida era doar -me a serviço dos mais pobres e necessitados. Assim no ano de 2012 entrei na congregação das Filhas de Maria Auxiliadora na cidade de São José dos Campos na etapa do voluntariado. Hoje resido na cidade de Porto Alegre-RS no segundo ano do aspirantado, juntamente com mais nove aspirantes que desejam dar sentido para sua vida respondendo o chamado de Jesus Cristo no cotidiano e colocando-se inteiramente na missão em meio aos jovens.

Deus tem um sonho para cada um de nós, mas só descobriremos qual é esse sonho colocando-nos abertos para escutar a voz de Deus que ressoa em nosso coração e prontas para acolher a missão que Deus nos confia a exemplo de Maria Mazzarello façamos de nossa vida hoje uma santidade, que consiste na alegria de viver.


Alana Domingues Moreira. 19 anos

Aspirante Salesiana FMA.