quarta-feira, 24 de setembro de 2014

A atenção - VIRTUDES DE DOM BOSCO

A atenção 


Estava eu a refletir sobre qual aspecto partilhar da vida de Dom Bosco, meu bom Pai. E me deparei com a situação de que quase sempre, quando queremos fazer menção a uma qualidade de uma pessoa que nos desperta sinais marcantes, começamos a expressar com um típico “... me chama atenção...” e daí desenvolve o desenrolar da história. Diante do pedido que me foi feito em partilhar sobre uma virtude de Dom Bosco pensei: porque não falar da própria atenção? Elemento esse tão presente na pessoa de Dom Bosco e tão preciso e necessário em nossos dias.
Não precisa estudar profundamente para comprovar que a educação que João Bosco recebeu no seio familiar, era nutrida de valores. Marcados por coisas básicas, do cotidiano rural e pobre, e ausente da figura paterna, ao mesmo tempo sua mãe Margarida assumia o papel de ser sua mestra e orientadora, que fazia questão de frisar pequenos conselhos, que visavam instruir para a vida. E hoje, comprovamos a sua eficácia e como ficaram impressos naquele pequeno coração.
Com o passar dos tempos, as sementes foram se consolidando e os sonhos tornaram realidade. O padre João Bosco (descreve alguns autores) destacava-se por sua cordialidade com todos. Sejam eles pobres ou ricos, simples ou sofisticados, barões ou lavradores, todos eram recebidos com a mesma cordialidade e respeito. E ao trabalhar com a juventude, se preocupava com a saúde (de alma e corpo), com a felicidade e o futuro de cada um. E a resposta disso, era os meninos que constantemente acorriam ao seu encontro, como ponto referencial de um pai e orientador.
Na sua audaciosa missão, estava sempre disposto a ter uma palavra fraterna para aquele jovem que considerava ser seu amigo individualmente, mesmo se isso tivesse que lhe custar horas debruçado sobre papel e tinteiro madrugada a fora, não importando a distancia quilométrica que seu escrito iria passar. Numa época marcada por revoluções e discriminações de todo gênero, não deixava de se fazer presente para ajudar os que a ele recorriam, aconselhando e orientando, sejam eles maltrapilhos das ruas de Turim, ou meninas (que representavam na época ameaça ao seu estado eclesiástico).
Nos dias de hoje, nos trabalhos que desenvolvemos, essa “atenção” torna-se não somente necessária, mas sinal apostólico de salvação. Porque necessária? Num contexto tão plural, em que a todo o momento somos bombardeados por avanços e inovações da modernidade que por vezes favorecem as relações de superficialidade, podemos ofuscar em nós essa tão cara dimensão da atenção. Virtude essa tão necessária para conosco mesmos, com a realidade, e com o outro que esta ao nosso lado. Pois talvez seja a única coisa que nós e o outro naquele momento precise... Ser tratado como único e como destinatário da nossa atenção. Fazendo assim, não seremos somente amantes de Dom Bosco, mas encarnaremos a missão do Salvador sendo sua imagem.

E para terminar essa conversa, finalizo como o nosso pai costumava dizer: “sempre amigos?” De minha parte já o respondo: que o sejamos sempre!






Paulo Henrique, Salesiano.
Hoje pós-noviço em Recife, PE.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe seu comentário...