O mundo atual desvela diante de nós
muitas propostas que nos mostram opções de como trabalhar, ganhar dinheiro,
relacionar-se, adquirir conhecimento, divertir-se, enfim, de como viver. O
interessante é que muitas dessas propostas não eram opções há alguns anos,
assim como muitas outras de tempos passados não são mais feitas nos dias de
hoje.
Por exemplo, no passado, se eu perguntasse a
um salesiano como poderia saber mais sobre Dom Bosco, após me dar algumas
informações iniciais, ele me indicaria algum livro, ou então me presentearia
com um; hoje, diante da mesma questão, o salesiano certamente me indicaria
sites e blogs, como o “Santidade Salesiana” e o SDB.org, me daria seu e-mail,
me adicionaria no facebook e, por último, me indicaria um livro. Isto porque
com a mudança dos tempos surgiram diversas opções de comunicação e de aquisição
de conhecimento.
Hoje
eu venho propor a você, meu caro amigo leitor, algo que já nos foi proposto há
muito tempo por Deus, ensinado por Jesus Cristo e atualizado por santos como
São João Bosco, mas que atualmente parece ficar entalado na garganta das
pessoas, como se sentissem vergonha de falar sobre o assunto. Proponho a você a
vida em SANTIDADE.
No
antigo testamento o Senhor fala: “Sede santos porque Eu Sou santo.” [Lv 11,
44b]. O caminho da santidade foi ensinado por Jesus Cristo que o resumiu ao
mandamento do amor: “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si
mesmo” (cf. Mc 12, 29-33) ao qual todo Cristão se compromete em seguir. Porém, como diz o ditado
italiano “tra il dire e il fare c’è di mezzo il mare” (“Entre o falar e o fazer
existe, no meio, o mar.”), os critãos muitas vezes afastam-se deste compromisso
de amor. A santidade consiste, então, na busca de conformar cada vez mais sua
vida a esse Mandamento do Amor que é a vontade de Deus para toda a humanidade, orientando-se
pelo Evangelho de Jesus Cristo.
Para
pormos em prática essa busca e progredirmos em santidade, a Igreja, por meio de
suas orientações e dos testemunhos de vida dos santos com os seus ensinamentos,
nos propõe algumas “fórmulas” que nos dão orientações práticas de como estarmos
sempre próximos de Deus. Cada santo mostra, por seu testemunho de vida e por
aquilo que transmitia às pessoas, uma forma diferente de buscar a santidade.
Vamos
ver, então, uma dessas formas de buscar a santidade, a qual eu escolhi para seguir,
que foi transmitida por Dom Bosco a todos os seus educandos e que vem dando
muitos frutos.
Para Dom Bosco a santidade era conseguida no cumprimento de três requisitos: estar sempre alegre, buscar
sempre estar em contato com Deus (piedade) e o cumprimento dos deveres. Algo
simples, mas que tem de ser realmente compreendido e atenciosamente cumprido
para que surta o efeito desejado. Sendo assim, façamos uma rápida análise
desses elementos:
·
Alegria: A alegria falada por Dom Bosco não é
apenas aquela das brincadeiras, da música e da festa, fatores inegavelmente
muito importantes, mas passageiros. A alegria que nos leva à santidade vem da
nossa amizade com Deus, da nossa permanência na Sua presença, do fato de termos
a consciência limpa por buscar sempre fazer o melhor para os nossos irmãos e
para nós mesmos.
Dom Bosco sempre educava seus jovens a
demonstrarem essa santa alegria e afirmava que ela também era adquirida com a
frequência aos sacramentos da Confissão, que dava a certeza do perdão dos
pecados e da reconciliação com Deus, e da Eucaristia, alimento e fortaleza da
alma.
·
Piedade: Para manter-se sempre alegre pela
intimidade com Deus, Dom Bosco propunha a seus educandos frequentes práticas de
piedade, tais como: récita do terço, frequência no sacramento da Confissão,
comungar sempre que possível (na época, comungava-se apenas com a autorização
do confessor), a missa nos domingos e dias santos (Natal, Páscoa, festas dos
santos, etc.), oração pessoal e diálogo com Deus, retiros e exercícios
espirituais (geralmente eram realizados em determinados períodos do ano), e
outras.
No entanto, a piedade para Dom Bosco
era falsa se não fosse acompanhada de práticas de caridade concretas. Por isso
dizemos que os salesianos e seus educandos somos preparados para sermos
contemplativos na ação, fazendo de nosso trabalho uma continuidade da nossa
oração.
·
O cumprimento dos deveres: Na Santidade Salesiana o cumprimento
dos deveres não se dá apenas em fazer as suas obrigações. Os deveres, na visão
de Dom Bosco, perpassam também todos os valores morais. Por exemplo, se você
faz todos os seus trabalhos escolares, esforça-se no estudo e busca tirar boas
notas, você está avançando na sua santidade. Contudo, se você faz tudo o que eu
falei, mas não joga o lixo na lixeira, não se preocupa com a ecologia, não
respeita os mais velhos, você está perdendo grandes chances de avançar na sua
intimidade com Deus.
O cumprimento dos deveres é o aspecto
que implica a totalidade daquilo que você é e faz; é a busca por utilizar de
forma edificante todo o tempo que você tem; é não ter vergonha de mostrar sua
religiosidade em tudo o que você faz e onde você estiver; é respeitar e
valorizar as diferenças (religiões, estilos, orientação sexual, cor da pele,
culturas, etc.); é divertir-se de maneira santa e não prejudicial a você mesmo
e a seus irmãos. Em resumo, cumprir os deveres é ter bom senso para exercer seu
papel de “bom cristão e honesto cidadão”.
Meu
querido amigo leitor, esta proposta de santidade é muito simples, mas bastante
eficaz. Espero que ela seja acolhida por você para que todos nós, eu, você e os
santos salesianos, possamos nos encontrar no céu algum dia.
Raimundo
Luan Hadney de Luna Gonçalo,
Noviço Salesiano da Inspetoria do Nordeste.
Natural de Juazeiro do Norte, Ceará.
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