terça-feira, 13 de novembro de 2012

Artêmides Zatti

Exemplo de Salesiano Irmão; exemplo de santidade!



Artemides Zatti nasceu no dia 12 de outubro de 1880 em Boretto, província de Reggio Emilia na Itália. Sua família era pobre e seus pais trabalhavam como arrendatários para outras famílias, porém, pressionados pela pobreza, participaram de uma emigração para a Argentina.  Chegaram a Bahía Blanca no dia 13 de fevereiro de 1897.

 Foi nesta cidade que Zatti conheceu os salesianos. Eles eram responsáveis pela paróquia de Nossa Senhora das Mercês.  Tendo contato com o pároco Pe. Carlos Cavalli, Zatti passava a maior parte do seu tempo livre na paróquia. Com ele, visitava os doentes, acompanhava funerais e ajudava nas missas como sacristão. Com toda essa vivênciade Zatti sentiu o desejo e o chamado de se tornar salesiano. Em 1900 amadureceu a realidade da vocação e após o discernimento, foi admitido no aspirantadode Bernal no dia 19 de abril.

Zatti que demonstrava maturidade e grande responsabilidade recebeu, já no aspirantado, a missão de cuidar de um padre que era tuberculoso.  Apesar de sua dedicação, acabou contraindo a mesma doença. Diante dessa provação, Zatti fez uma promessa a Maria Auxialidora, onde pediu a cura de sua doença. Se conseguisse tal graça prometeu que entregaria toda sua vida a serviço dos doentes. Após uma consulta médica os superiores decidiram mandá-lo para Viedma em 1902. Com a saúde reestabelecida Zatti começou a trabalhar na farmácia anexa ao Hospital missionário de São José, dirigido pelo padre Evágio Garrone.

Quando Zatti foi enviado a Viedma ainda era aspirante. A princípio, aspirava à vocação de sacerdote, porém, naquela época o salesiano que quisesse não poderia professar se tivesse alguma doença. Os superiores sugeriram que ele professasse como salesiano coadjutor. Após refletir sobre sua vida e sobre a mediação dos Superiores Zatti compreendeu a vontade de Deus. Ele percebeu que com a vocação de salesiano coadjutor ele poderia cumprir mais diretamente e mais completamente a promessa que tinha feito a Nossa Senhora. Provavelmente como sacerdote não poderia realizar doar-se de modo integral aos doentes, devido os compromissos sacerdotais. Em janeiro de 1908 emitiu os votos religiosos como salesiano coadjutor. 

Com a morte do Pe. Garrone em 1915 tornou-se diretor do Hospital de São José. De doente tornou-se enfermeiro e a doença dos outros se tornou seu apostolado sua missão. Durante os quarenta anos transcorridos em Viedma, Zatti pode testemunhar a sólida virtude e o espírito salesiano. Em 1950 caiu da escada, foi forçado ao repouso e alguns meses depois se manifestaram sintomas de câncer. Zatti teve insuficiência hepática e sucessivamente um tumor no fígado. Faleceu no dia 15 de março de 1951. O salesiano coadjutor foi realmente um bom samaritano com o estilo de Dom Bosco. Sua compaixão, sua presença alegre que curava, seu testemunho de fé e esperança,  seu zelo apostólico aos doentes, e seu amor a Jesus levaram o servo de Deus à sua santificação. Seu corpo repousa na capela dos salesianos de Viedma, na Argentina.

Podemos perceber pelo exemplo de Artemides Zatti que a vocação de salesiano coadjutor também é um caminho de santificação. Unindo os dons da consagração e da laicidade, os salesianos coadjutores são chamados a ser no mundo sinais do amor de Deus aos jovens.  Com sua laicidade, abre perspectivas novas para inserção no mundo da cultura e da juventude buscando ser um educador-pastor. Com sua consagração aponta o compromisso de testemunhar a fé, vivendo a fidelidade ao Reino e a comunhão eclesial. Eles podem proclamar a presença e a comunicação de Deus no cotidiano, nos lugares mais diversos, especialmente naqueles que os presbíteros não podem chegar.  

A característica laical da missão salesiana está na atenção dos jovens pobres especialmente no mundo do trabalho, onde o salesiano deve testemunhar não apenas a capacidade profissional, mas o primado do Absoluto, razão de sua vida.  Além disso, é chamado a ser uma presença-testemunho de oblação, generosidade e disponibilidade missionária. Dom Bosco sempre desejou uma congregação que fosse constituída de sacerdotes e coadjutores, unidos numa única comunhão de vida e de trabalho. 

A figura do coadjutor sempre ocupou sua atenção durante sua vida. Ele a aperfeiçoou como exigência da missão juvenil, à medida que se abriam novos horizontes, ou seja, em muitos contextos da história os sacerdotes não eram aceitos.  Desta forma, o salesiano leigo poderia continuar sua missão entre os jovens.  Nossa congregação oferece as duas possibilidades de vocação, tanto a laical como a sacerdotal, por isso se você se sente chamado por Deus a buscar qualquer uma das formas não tenha medo de responder!
Que o beato Artemides Zatti possa estar intercedendo pela sua vocação e por todos os salesianos coadjutores.



 Eduardo Toledo, natural de Pindamonhangaba – SP,
é noviço salesiano em Curitiba – PR.
Irá fazer a Primeira Profissão Religiosa como Salesiano Irmão.




 

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