São João Bosco
Confiou este trabalho imenso aos três ramos de sua
família: à Sociedade de São Francisco de Sales (1859), ao Instituto das Filhas
de Maria Auxiliadora (1872) e à Associação dos Cooperadores Salesianos (1876),
passando, como o segredo do sucesso, o tesouro do seu Sistema Preventivo:
razão, religião e “amorevolezza”; sistema todo inspirado pelo amor, enraizado
em um encontro vivo com Jesus Cristo, em particular na Eucaristia, na confiança
ilimitada na Virgem Maria, na fidelidade à Igreja e seu Magistério.
Morreu em Turim 31 janeiro de 1888. Foi contado
entre os santos pelo Papa Pio XI na Páscoa de 1934; na conclusão do ano
centenário de sua morte, João Paulo II proclamou-o Pai e Mestre da Juventude
(24 de janeiro 1989).
(AAS 80 [1988] 969-987)
São João Bosco, "Pai e Mestre da
Juventude”.
São João Bosco acreditava ter recebido do Senhor,
pela intervenção da Virgem Maria, uma vocação especial e ser assistido e guiado
quase que pela mão, na realização de sua missão. Sua resposta foi tal que a
Igreja apresentou-o oficialmente aos fiéis como modelo de santidade.
A sua estatura de Santo coloca-o, com
originalidade, entre os grandes Fundadores de Institutos religiosos na Igreja.
Ele sobressai em muitos aspectos: é iniciador de uma verdadeira escola de nova
e atraente espiritualidade apostólica; é o promotor de uma especial devoção a
Maria, Auxiliadora dos Cristãos e Mãe da Igreja; é a testemunha de um leal e
corajoso sentido eclesial, manifestado através de delicadas mediações nas,
então, difíceis relações entre a Igreja e o Estado; é o apóstolo realista e
prático, aberto às contribuições das novas descobertas; é o organizador zeloso
das Missões com sensibilidade verdadeiramente católica; é, por excelência, o
exemplo de um amor preferencial pelos jovens, especialmente pelos mais
necessitados, para o bem da Igreja e da sociedade; é o mestre de uma eficaz e
genial práxis pedagógica, deixada como dom precioso que se deve guardar e
desenvolver.
É este intercambio entre "educação" e
"santidade" que delineia o aspecto característico da sua figura: ele
é um "educador santo", inspira-se num "modelo santo" - Francisco
de Sales -, é discípulo de um "mestre espiritual santo" - José
Cafasso -, e sabe formar entre seus jovens um "educando santo" -
Domingos Sávio.
Para São João Bosco, fundador de uma grande Família
espiritual, pode-se dizer que o traço peculiar de sua "genialidade"
está ligado àquela práxis educativa que ele mesmo chamou de "sistema
preventivo". Este representa, de certo modo, o resumo de sua sabedoria
pedagógica e constitui a mensagem profética que ele deixou aos seus e a toda a
Igreja, recebendo atenção e reconhecimento da parte de numerosos educadores e
estudiosos da pedagogia.
O cerne do seu ensinamento permanece; a peculiaridade
do seu espírito, as suas intenções, o seu estilo, o seu carisma não
desaparecerão, porque inspirados na transcendente pedagogia de Deus.
Na Igreja e no mundo a visão educativa integral, que
vemos encamada em João Bosco, é uma pedagogia realista da santidade. Urge
recuperar o verdadeiro conceito de "santidade", como componente da
vida de cada fiel. A originalidade e a audácia da proposta de uma "santidade
juvenil" são intrínsecas à arte educativa deste grande Santo, que pode ser
justamente definido como "mestre da espiritualidade juvenil". O seu
segredo particular foi o de não frustrar as aspirações profundas dos jovens
(necessidade de vida, de expansão, de alegria, de liberdade, de futuro) e, ao
mesmo tempo, de levá-los gradual e realisticamente, a experimentar que só na
"vida da graça", isto é, na amizade com Cristo, se realizam
plenamente os ideais mais autênticos.
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