Seu nome de batismo era Giovanni Maria Mastai-Ferretti,
nasceu em uma família nobre na cidade de Senigallia, Itália, a 13 de maio de
1792. Desde criança quis ser padre, mas tinha sérios problemas epiléticos, o
que impedia seus estudos. Como tinha muita fé, conseguiu ser curado em Loreto
no ano de 1815, fato que sempre foi considerado por ele e pelos seus como uma
graça milagrosa.
Assim, milagrosamente curado, buscou entrar no
seminário para que Deus pudesse agir em sua vida na vocação pela qual se sentia
tocado.
Foi ordenado sacerdote em 1819. Em 1823 esteve
missionário no Chile por dois anos. Com apenas 35 anos, foi nomeado arcebispo
de Spoleto e depois de Imola. Foi criado cardeal em 1840, e no dia 16 de junho
de 1846 foi eleito Papa.
Durante o seu pontificado passou por muitas
provações, visto que seu tempo na Cátedra de Pedro foi marcado por muitas
mudanças políticas: as revoltas pela unificação da Itália; a instituição da
República Italiana; o anti-clericalismo; a perda do poder do Papa nos Estados
que eram chamados Pontifícios etc. Enfim, ele teve de se apegar muito a Deus
para conseguir passar por todas as perseguições. O fim de parte das
perseguições foi alcançado decadas depois com a promulgação do Tratado de
Latrão que, entre outras atribuições, criava o Estado do Vaticano, onde o Papa
é até hoje Chefe de Estado.
Foi sempre muito devoto da Virgem Maria, tanto que, quando estava exilado por conta das
perseguições, consultou o ponto de vista dos bispos da Igreja a
respeito da Imaculada Conceição enviando-lhes
cartas. Após isso, em 8 de dezembro de 1854, na
presença de mais de duzentos bispos proclamou o importante dogma da Imaculada
Conceição da Virgem Maria como sendo um sinal de fé da Igreja
através da encíclica Ineffabilis
Deus.
Em 29 de junho de 1869 publicou a Bula Aeterni Patris com a qual convocou o
Concílio Vaticano I, cuja cerimônia de abertura contou com a presença de
setecentos bispos no dia 8 de dezembro de 1869. Na quarta sessão solene do
concílio, em 18 de julho de 1870, a infalibilidade papal foi declarada um dogma
de fé.
Promoveu fortemente a devoção ao Sagrado Coração de
Jesus, o que o levou a estender tal festa a toda a Igreja Católica no dia 23 de setembro de 1856, e consagrar o mundo ao Coração de Cristo no dia 16 de junho de 1875,
fato que evidenciou ainda mais sua santidade e sabedoria durante o tempo em que
ocupou a Cátedra de São Pedro.
Com as várias beatificações e canonizações durante
o seu pontificado, em um número sem precedentes, fez com que a santidade na
Santa Mãe Igreja se tornasse cada vez mais visível.
Para nós da Família Salesiana, de forma muito
especial, o Beato Papa Pio IX foi importantíssimo. Por muitas vezes Dom Bosco
foi visitar o nosso Bem-aventurado Pontífice, tanto para pedir-lhe conselhos quanto
para ajudá-lo nas questões da Igreja (para quem não sabe, nosso pai Dom Bosco
foi fundamental para os acordos entre a Igreja e o governo da Itália
republicana). Foi Pio IX quem aprovou as Constituições da Sociedade de São
Francisco de Sales, do Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora e da Pia União
dos Cooperadores Salesianos, sendo ele mesmo o primeiro Cooperador Salesiano.
Pio IX e Dom Bosco nutriam entre si mútua
admiração. Dom Bosco afirmou que quando se encontrou com Pio IX pela primeira
vez sentiu que realmente estava diante de um homem santo, algo que também foi
sentido pelo mesmo Papa com relação a Dom Bosco.
O Papa Pio IX morreu em Roma do dia 7 de fevereiro
de 1878, depois de 32 anos de pontificado. Foi declarado venerável por João
Paulo II em 6 de Julho de 1985 beatificado pelo mesmo pontífice em 3 de
setembro de 2000.
Este artigo foi escrito por nosso amigo
Raimundo
Luan H. de L. Gonçalo,SDB
Pós-noviço da Inspetoria Salesiana do Nordeste.
Santidade Salesiana: eu sei que é possível!
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