Olá santificáveis!
É com grande alegria que
neste mês celebramos e festejamos como Família Salesiana, a memória de um jovem
que a nós deixou seu exemplo de santidade juvenil. Celebramos a memória de
Zeferino Namancurá. Um jovem Argentino da tribo dos índios Araucanos, que são um povo indígena da região centro-sul do Chile e do sudoeste da Argentina. São conhecidos também como Machupes, na língua mapudungun significa: “gente da terra”.
Bom, vamos à sua história... No dia 26 de
agosto de 1886, em Chimpay, cidade localizada às margens do rio Negro,
Argentina, nasceu Zeferino Namancurá. Seus pais se chamavam Rosario Burgos e Manuel Namancurá. O sobrenome Namuncurá, em mapudungun significa "Pé de pedra" (namun = pie, cura = piedra), ou seja: alguém firme,
decidido. E
foi esta a personalidade adotada pelo nosso “santo indiozinho”, que fora firme
na piedade e nos cumprimentos com os seus deveres, tal postura o fara
futuramente, ser conhecido e venerado por todo o seu povo... E pelo mundo!
O
pai de Zeferino – Manuel Namancurá, como já foi citad, foi um célebre líder que
lutou heroicamente numa batalha contra
o Exército Argentino. E era eleo cacique dos Araucanos!
Em
1888, Zeferino recebeu o sacramento do batismo por um missionário salesiano,
padre Domingo Milanesio. Que foi um grande defensor dos povos indígenas na
Argentina, e a quem Zeferino tinha grande afeição e referência. Alguns anos
mais tarde, seu pai, Manuel Namancurá foi proclamado coronel do exército
argentino, e aceitou que o filho fosse estudar na capital. Após uma breve
experiência numa escola estadual, Zeferino foi acolhido para o colégio salesiano
de Buenos Aires a 20 de Setembro de 1897.
O clima de família que respirava no colégio
salesiano fez com que Zeferino se encantasse por Dom Bosco! Logo despertou em
si o desejo de se entregar a este carisma, desejando ser um padre salesiano, para
assim evangelizar seu povo. Zeferino escolheu – assim
como eu - Domingos Sávio como modelo. Por tal devoção, procurava sempre imitá-lo!
Nos deveres de estudo, piedade e oração. Porém, também teve de enfrentar
algumas dificuldades diante da nova cultura que estava em sua volta, teve de se
esforçar muito para conseguir se “enquadrar” nela. Mas em tudo estava sempre
“sorrindo com olhos”, como diziam seus colegas. E de fato, Zeferino fez valer
sua devoção a Domingos Sávio. Pois a cada dia, foi sendo um verdadeiro exemplo
para aqueles que conviviam ao seu lado. Ora, Zeferino era perfeito no cumprimento
dos seus deveres. A antiga sabedoria herdada dos seus antepassados se
encontrou e se integrou com a sabedoria cristã, por ele percebida como o ápice,
o complemento daquela do seu povo.
Infelizmente... Nos princípios de 1902 a saúde de Zeferino começou a ficar cada vez mais frágil e através dos exames médicos que foram realizados percebeu-se que ele havia contraído tuberculose. Devido a isso, Monsenhor Juan Cagliero, decide transladá-lo a Viedma com a esperança de que o ar nativo o ajudasse a recuperar sua saúde. Assim, em 1903 no Colégio São Francisco de Sales, em Viedma, Zeferino iniciou seus estudos como aspirante salesiano! Nesse tempo era o padre Evasio Garrone e o Beato Artémides Zatti que cuidavam de Zeferino. Aos 19 de julho de 1904, Zeferino é levado para Turim (Itália), por Monsenhor Cagliero, onde os salesianos tiveram a esperança de que ali, Zeferino pudesse recuperar a sua saúde, podendo então continuar seus estudos rumo ao sacerdócio.
Em Turim, o Beato Miguel Rua (primeiro sucessor de Dom Bosco), conversava várias vezes por semana com Zeferino. Um dos grandes acontecimentos de sua vida aconteceu aos 27 de setembro de 1904: Zeferino visita o Papa Pio X, que o abençoou comovido! Junto a Monsenhor Cagliero, os padres José Vespignani e Evasio Garrone, além de outros salesianos.
Em março de 1905 (aos dezenove anos de idade), a tuberculose faz
estragos na saúde de Zeferino e a cruel enfermidade avançava cada vez mais! Sendo
internado no Hospital ‘Fate bene fratelli’ de Tiberina, em Roma. O médico que o
atendia era o Dr. José Lapponi, médico pessoal dos Papas Leão XIIIe Pio X.
Triste data. No dia 11 de maio desse
mesmo ano, Zeferino morre serenamente, acompanhado por Monsenhor Cagliero, a
quem disse suas últimas palavras: "Bendito
seja Deus e Maria Santíssima. Basta que eu possa salvar a minha, em todo o
demais faça-se a vontade de Deus".
A nós ficam alguns questionamentos... Sabemos que uma vida não se resume numa folha, porém, o pouco que passamos a conhecer de Zeferino e sua conduta, nos levam a refletir sobre como esta nossa postura nos dias de hoje. Zeferino foi um jovem que conheceu de perto realidade de seu povo e decide deixá-los, para assim, com muito estudo, piedade e alegria, pudesse tornar-se uma pessoa melhor para todos eles. Voltando com nada para si, mas, para os outros. E a nós? Conhecemos a realidade em nossa volta? E tendo conhecimento da mesma, como reagimos diante dela?
Que Maria nos auxilie em nossa peregrinação terrestre na busca humana da perfeição e da caridade mutua, e nos inspire a sermos imitadores daqueles que nos deixou o bom exemplo. Como nos deixou Zeferino Namancurá!
Que Maria nos auxilie em nossa peregrinação terrestre na busca humana da perfeição e da caridade mutua, e nos inspire a sermos imitadores daqueles que nos deixou o bom exemplo. Como nos deixou Zeferino Namancurá!
Ademilson Gonçalves
Aspirante salesiano - Inspetoria de São Paulo.
Referências:
- vatican.com: <<http://www.vatican.va/news_services/liturgy/saints/ns_lit_doc_20071111_zefferino_po.html#top>>
- wikipedia.org: <<http://pt.wikipedia.org/wiki/Zeferino_Namuncur%C3%A1>>
-
DAL COVOLO, Enrico; MOCCI, Giorgio. Santos na Família Salesiana. Trad. Hilário Moser, SDB. São Paulo: Salesiana, 2008.